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O Brasil é o país mais rico em água potável com 8% das reservas mundiais, concentrando 18% do potencial de água de superfície do planeta. Porém 80% dos recursos hídricos estão localizados na Região Amazônica, onde sua demanda é pequena. Possui o impressionante volume de 111 trilhões e 661 milhões de m3 de água em suas reservas subterrâneas e detém o maior aquífero conhecido do mundo, o Botucatu, também nominado de Gigante do Mercosul.
Mas mesmo com tanta água, a região sudeste está sofrendo por falta d´água. Parte desse problema é devido ao desmatamento, pois é que a Amazônia bombeia para a atmosfera a umidade que vai se transformar em chuva nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. Quanto maior o desmatamento, menos umidade e, portanto, menos chuva. E sem chuva, os reservatórios ficam vazios e as torneiras, secas.
Uma árvore que leva mais de 100 anos para crescer e em menos de um minuto, já pode estar derrubada. Nesse tipo de desmatamento, o objetivo é simplesmente derrubar tudo, tocar fogo e transformar a área em pastagem para a criação de gado.
Derrubadas e garimpos deixam uma cicatriz gigantesca na mata que pode parecer um problema exclusivo de árvores e bichos, distante da maioria das pessoas. Mas a ciência e as novas tecnologias comprovam que as consequências da devastação estão muito mais próximas de todos nós.
Para os cientistas, uma prova irrefutável do papel dos Andes e da Floresta Amazônica no ecossistema do cone-sul é a inexistência de um deserto nessa região. Basta olhar o globo para constatar que na mesma latitude em volta do planeta tudo é deserto. Menos na América do Sul.
Mas de onde vem tanta água? Como funciona a fantástica máquina biológica que faz chover? Segundo os cientistas, o toque final cabe às árvores. Fincadas a até 20 ou 30 metros de profundidade, as raízes sugam a água da terra. Os troncos funcionam como tubos. E, pela transpiração, as folhas se encarregam de espalhar a umidade na atmosfera. Diariamente, cada árvore amazônica bombeia em média 500 litros de água.
Os pesquisadores não têm dúvida: sem a Amazônia, os estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul fatalmente seriam desertos também.
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